A ligação entre uma saúde oral deficiente e doenças oculares, em particular o glaucoma, é uma área de interesse emergente na investigação médica. E apenas mais uma prova científica de que todos os órgãos do nosso corpo estão ligados à nossa boca, desde o cérebro e os olhos até ao intestino e o coração.

A ligação entre os dentes e os olhos

O microbioma oral, quando alterado devido a uma fraca higiene dentária, pode levar ao crescimento de bactérias nocivas. Estas bactérias podem entrar na corrente sanguínea e no sistema linfático, percorrendo todo o corpo, incluindo até ao olho. Isto pode perturbar o microbioma ocular normal, conduzindo potencialmente a várias doenças oculares, como a síndrome do olho seco, a queratite, a blefarite e a conjuntivite.

Além disso, o glaucoma, particularmente o glaucoma primário de ângulo aberto (GPAA), tem sido associado a uma saúde oral deficiente. A investigação indica que um microbioma oral alterado e o número de dentes em falta podem ser considerados factores de risco para a patologia do glaucoma. No glaucoma, o nervo óptico, que liga o olho ao cérebro, é danificado, muitas vezes devido ao aumento da pressão no olho. Esta pressão pode ser influenciada por uma inflamação sistémica desencadeada por infecções orais. Em alguns casos, as cáries não tratadas, as restaurações dentárias deficientes e os abcessos podem contribuir para a celulite orbital, uma infecção dos tecidos à volta do olho. Esta condição pode ser perigosa se as infecções passarem da cavidade oral para o seio e migrarem para o cérebro através do nervo óptico.

A importância de uma boa saúde oral

Estas ligações sublinham a importância de manter uma boa higiene oral, não só para a saúde dentária, mas também para a saúde sistémica geral, incluindo a saúde dos olhos. Já não se trata apenas de ter dentes bonitos! Os seus tratamentos dentários, bem como os dentes naturais e as gengivas, devem estar livres de inflamação e de agentes patogénicos. Está tudo ligado!

Leitura adicional

Para informações mais pormenorizadas, consulte os artigos:

 

Escrito pelo Dr. Miguel Stanley.

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